quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

VOCÊ É FILHO DE DEUS?


VOCÊ É FILHO
DE DEUS?


Adaptação
Pr. João Lopes Amaral

Você quando morrer vai morar no céu ou no inferno?
A ESCOLHA É SUA!!!

Satanás é o pai da mentira (João 8. 44)
Satanás, ele mesmo lançou duas grandes mentiras na terra, quando foi expulso do céu.
1ª. Todos os caminhos levam o homem a Deus.
2ª. Todos somos filhos de Deus.

Item nº1 – Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai a não ser por mim. [João 8. 14] (SÓ HÁ UM CAMINHO)
Item nº2 – Quando nascemos somos criaturas de Deus, mas quando confessamos que Jesus é verdadeiramente o Filho de Deus e o recebemos em nosso coração como único Senhor e Salvador, e que Ele morreu e derramou o seu sangue para nos salvar, e dar a vida eterna, e que ressuscitou, e está vivo, sentado à direita de Deus Pai o Todo Poderoso, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos, então saímos da condição de criaturas, para filho, e irmão de Jesus Cristo, e co-herdeiros de Deus.

[Romanos 10. 9-10]
9. Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo.
10. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação.
Portanto, o teu nome é escrito no livro da vida, e o Espírito Santo vem habitar no teu coração.

Isto é o teu “PASSAPORTE” para a eternidade no céu na presença de Deus Pai, de Jesus Cristo e do Espírito Santo.

[João 1 . 12] “Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que crêem no seu nome.”

Jesus está voltando para levar a sua igreja (nós os salvos, isto é, todos que confessaram Jesus como único Senhor e Salvador) vem nos buscar, a isto chamamos de ARREBATAMENTO.

Jesus não pisará na terra, Ele virá com seus anjos (milhões) como numa nuvem no céu e soará a trombeta, e os que já morreram em Cristo, ressuscitarão em num corpo glorioso, e irão ao seu encontro, para em seguida, nós, os que estivermos vivos ouviremos o Seu nome, quando num abrir e fechar de olhos em toda a terra seremos arrebatados.

Você já tem o seu passaporte para o céu? Por acaso, já se está carimbado com o “VISTO” pelo Espírito Santo?

Se você ainda não tem, não será arrebatado, isto é, ficará neste mundo que será governado pelo Anticristo, durante 7 anos, será o período da Grande Tribulação em que se você não colocar o número da besta (666) que estará num chip, na sua mão direita ou em um código de barra na testa, não poderá comprar ou vender nada, não será considerado “Cidadão do Mundo” e terá que renegar a Cristo.

Serão anos de tormento e desespero que terminarão após 7 anos de governo do Anticristo, no Vale de Megido em Jerusalém, na Batalha do ARMAGEDOM, quando todas as nações se reunirão para a Batalha Final, que será destruída 1/3 da população do planeta.

COMO CONSEGUIR O PASSAPORTE PARA CÉU E O VISTO?

1. Agência Emissora (Passaporte):
- Igreja Evangélica você e o pastor.
- Sua casa – Você e Deus.
2. Funcionário Credenciado:
- Pastor Ungido ou
- Servo do Senhor conhecedor da Palavra de Deus.
3. Aceitar a Jesus como Senhor e Salvador:
- Arrependimento genuíno de pecados
- Renegar a todos os acordos (direta ou indiretamente) feitos por você a Satanás e a seus demônios (exemplo):
         - Batismo e consagração (crisma) a algum “santo”
         - Idolatria, freqüentado centro espírita ou Umbanda, candomblé e etc.
         - Usado guias ou peças de roupas ou objetos consagrados em centros espíritas,      consultado videntes, cartomantes, feito leitura das mãos, e etc.
4. Pedir para Jesus escrever o seu nome no Livro da Vida.

Se você fizer isto com sinceridade do seu coração, o Espírito Santo habitará nele e você irá morar no céu por toda a sua eternidade.

[Marcos 13. 13b] “...aquele que perseverar até ao fim será salvo.”


TEOLOGIA DAS ÉPOCAS AS SETE DISPENSAÇÕES


TEOLOGIA
DAS ÉPOCAS
AS SETE DISPENSAÇÕES

Adaptação
Pr. João Lopes Amaral


TEOLOGIA DAS ÉPOCAS
(DISPENSAÇÕES BÍBLICAS)


I – Inocência. 2 – Consciência. 3 – Governo Humano. 4 – Promessa. 5 – Lei.
6 – Período da graça ou da igreja. 7 – Milênio. 8 – Arrebatamento da igreja.
9 – Tribunal ou tribuna de honra para galardões. 10 – Bodas do cordeiro.
11 – Ressurreição e duas etapas “Ex: Os crentes na 1ª ressurreição versus s que serão degolados durante a “Grande Tribulação” que ressuscitarão e não farão parte da igreja, mas reinarão no milênio, conforme apocalipse”. (20. 46). 12 – O estado desincorporado ou intermediário (justos e ímpios após a morte). 13 – A grande tribulação: O anticristo, a besta e o falso profeta. 15 – Futuro de Israel e a crise perene, no oriente médio. 16 – Batalha de Armagedom. 17 – O 4º império mundial: Roma ressurreta (Dn 2 e 7). 18 – Vinda visível de Cristo (Ts 4. 13-18).
19 – Julgamento das nações (Jl 3; Zc 12; Ap 19. 11-21). 20 – Igreja versus Israel e santos do antigo testamento. 21 – Reino milenar: Jesus reinando as nações com vara de ferro. 22 – A nova Jerusalém, esposa do cordeiro, Habitat da igreja. 32 – Revolta de “Gogue e Magogue” no final do milênio. 24 – Estabelecimentos do trono branco e julgamento final (2ª ressurreição). 25 – Tudo passa pelo processo de fogo: Novos céus e nova terra e condenação eterna.

(Transcrito do livro de Agnaldo L. – A volta de Jesus de gêneses ao apocalipse edição 1992)

O propósito das dispensações ou das épocas é de fornecer uma visão mais ampla das diversas oportunidades de Deus dada aos homens em diversas épocas, como é o caso do presente em que a bíblia diz: “eis agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação”.

[2 coríntios 6. 2] “porque ele diz: Eu te ouvi no tempo da oportunidade e te socorri no dia da salvação: eis agora o tempo sobremodo oportuno, eis que agora o dia da salvação”.

NOTA:. A citação de Is. 49.8 na versão grega (septuaginta) a ênfase é de Paulo e sobre o agora.

Conceituação: Diz Orlando Boyer: “uma dispensação é o período de tempo durante o qual os homens são provados a respeito da obediência a certa revelação da vontade de Deus”. Constitui-se, pois uma dispensação, a oportunidade de Deus dada aos homens e, em certa época ou período.

Com Paulo, vemos o uso freqüente da palavra dispensação, como (Efésios 1. 10; 3. 2, 9). E, dispensação no grego – “Kaikós” tem o sentido de ocasião oportuna. “tempo aceitável”. “Tempo favorável”. Ainda tem o sentido de “momento oportuno”. “Tempo próprio”. Conveniência.

Assim é que os “dispensacionalistas” partem desde o Éden, analisando, mostrando que de lá, até agora e mais a frente, Deus tem dado “ocasião oportuna” e, de certa maneira, revelando a sua vontade “em tempo favorável”.

Com esse raciocínio a primeira oportunidade foi no Éden, posto que, estando o homem num estado ideal, foi testado a obedecer ou não a Deus e, de fato, falhou. Este foi o período da “inocência“.

Tem-se então, o período da inocência, vindo em seguida: Consciência, Governo humano, Promessas, Lei, Graça ou (período da igreja) e Milênio.

(ver estudo gráfico das dispensações bíblicas)

Rapidamente temos:
1. Inocência
         – Ainda no Éden o homem falha, não obedecendo á vontade de Deus. 

2. Consciência
         – Há falha pela maneira de aproximar de Deus e se da o primeiro Homicídio. Num estado consciente, a decisão do homem continua para o mal, terminando essa fase com o julgamento do dilúvio.

3. Governo
         – [Gêneses 9. 7] “Mas sede fecundos e multiplicai-vos; povoai a terra e multiplicai-vos nela”.

Há pronta obediência do povo, não se espalhando, mas construindo “catedral” uma torre de Babel. Conforme se lê em:

[Gêneses 11. 4] “Disseram: vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo topo chegue até aos céus, e tornemos celebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda terra”.

OBS:. O homem sempre tentando andar por caminho próprio.

NOTA:. (11. 4) – Uma cidade e uma torre foram construídas para evitar que a população se espalhasse pela terra, em direto desafio a ordem de Deus. Esta torre, ao contrario dos zigurates[1], que eram construídas com propósitos religiosos de adoração, serviu como um ponto de reunião e como símbolo da forma e grandeza daquela civilização.

4. Promessa
         – “Foram oferecidas a Abraão e a sua descendência maravilhosas e duradouras bênçãos sob a condição de permanecerem na terra prometida. Tudo terminou no cativeiro egípcio, não obstante permaneceram outras bênçãos.

5. Lei – O homem falhou em cumpri-la.

6. Graça ou Igreja
         – É o nosso período, o atual. “A lei foi dada por Moises, e a graça e a verdade vieram por cristo” Jó 1.17 Em cristo, Deus esta informando um povo: lavado e remido pelo sangue do cordeiro. É agora a oportunidade de salvação. 2 Co 6.2 “Ou não sabeis que os santos hão de julgar o mundo? Ora se o mundo devera ser julgado por vós, sois acaso indignos de julgar causas mínimas?

NOTA:> Os santos hão de julgar o mundo. Pelo fato de nossa união com Cristo, estaremos associados a ele nesse julgamento (durante o milênio; veja (Mt 19. 28), nós também julgaremos os anjos (VS 3).

[Mateus 19. 27-28] “Então lhe falou Pedro: Eis que nós tudo deixamos e te seguimos. Que será pois de nós? Jesus lhe respondeu. Em verdade vos digo que vós, os que me seguiste, quando na regeneração, o filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vós assentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. Na regeneração isto é no milênio”.

7. Milênio
         – Um reino de paz e prosperidade sobre a terra: O reino milenar, estando Satanás amarrado durante 1000 anos.

Claro que não desconhecemos as dispensações as diversas oportunidades dadas aos homens, uma realidade em toda a bíblia! Contudo, não vejo a necessidade de se fazer uma elaboração doutrinaria, E uma coisa não se pode ignorar: a nossa época, e o atual período da pregação do evangelho da graça.


 [1] Zigurate: Pirâmide com degraus esternos da Babilônia.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O PERÍODO INTERBÍBLICO



O PERÍODO
INTERBÍBLICO
(INTERTESTAMENTÁRIO)
  
Adaptação
Pr. João Lopes Amaral


Desenvolvimento Político

A Expressão “400 anos de silêncio”, freqüentemente empregada para descrever o período entre os últimos eventos do (A.T), e o começo dos acontecimentos do (N.T), não é correta nem apropriada. Embora nenhum profeta inspirado se tivesse erguido em Israel durante aquele período, e o (A.T), já estivesse completo aos olhos dos judeus, certos acontecimento ocorreram que deram ao judaísmo posterior sua ideologia própria e, providencialmente, prepararam o caminho para a vinda de Cristo e a proclamação do Seu evangelho.

Supremacia Persa


Por cerca de um século depois da época de Neemias, o império Persa exerceu controle sobre a Judéia. O período foi relativamente tranqüilo, pois os persas permitiam aos judeus o livre exercício de suas instituições religiosas.

A Judéia era dirigida pelo sumo sacerdotes, que prestavam contas ao governo persa, fato que, ao mesmo tempo, permitiu aos judeus uma boa medida de autonomia e rebaixou o sacerdócio a uma função política. Inveja, intriga e até mesmo assassinato tiveram seu papel nas disputas pela honra de ocupar o sumo sacerdócio. Joanã, filho de Joiada (Ne 12.22), é conhecido por ter assassinado o próprio irmão, Josué, no recinto do templo.

A Pérsia e o Egito envolveram-se em constantes conflitos durante este período, e a Judéia, situada entre os dois impérios, não podia escapar ao envolvimento. Durante o reino de Artaxerxes III muitos judeus engajaram-se numa rebelião contra a Pérsia. Foram deportados para Babilônia e para as margens do mar Cáspio.

Alexandre, o Grande

Em seguida à derrota dos exércitos persas na Ásia Menor (333 AC), Alexandre marchou para a Síria e Palestina. Depois de ferrenha resistência, Tiro foi conquistado e Alexandre deslocou-se pra o sul, em direção ao Egito. Diz à lenda que quando

Alexandre se aproximava de Jerusalém o sumo sacerdote Jadua foi ao seu encontro e lhe mostrou as profecias de Daniel, segundo as quais o exército grego seria vitorioso (Dn 8). Essa narrativa não é levada a sério pelos historiadores, mas é fato que Alexandre tratou singularmente bem aos judeus. Ele lhes permitiu observarem suas leis, isentou-os de impostos durante os anos sabáticos e, quando construiu Alexandria no Egito (331 AC), estimulou os judeus a se estabelecerem ali e deu-lhes privilégios comparáveis aos seus súditos gregos.

A Judéia sob os Ptolomeus


Depois da morte de Alexandre (323 AC), a Judéia, ficou sujeita, por algum tempo a Antígono, um dos generais de Alexandre que controlava parte da Ásia Menor. Subseqüentemente, caiu sob o controle de outro general, Ptolomeu I (que havia então dominado o Egito), cognominado Soter, o Libertador, o qual capturou Jerusalém num dia de sábado em 320 AC Ptolomeu foi bondoso para com os judeus. Muitos deles se radicaram em Alexandria, que continuou a ser um importante centro da cultura e pensamento judaicos por vários séculos.

No governo de Ptolomeu II (Filadelfo) os judeus de Alexandria começaram a traduzir a sua Lei, i.e., o Pentateuco, para o grego. Esta tradução seria posteriormente conhecida como a Septuaginta, a partir da lenda de que seus setenta (mais exatamente 72 - seis de cada tribo) tradutores foram sobrenaturalmente inspirados para produzir uma tradução infalível. Nos subseqüentes todo o Antigo Testamento foi incluído na Septuaginta.

A Judéia sob os Selêucidas


Depois de aproximadamente um século de vida dos judeus sob o domínio dos Ptolomeus, Antíoco III (o Grande) da Síria conquistou a Síria e a Palestina aos Ptomeus do Egito (198 AC). Os governantes sírios eram chamados selêucidas porque seu reino, construído sobre os escombros do império de Alexandre, fora fundado por Seleuco I (Nicator).

Durante os primeiros anos de domínio sírio, os selêucidas permitiram que o sumo sacerdote continuasse a governar os judeus de acordo com suas leis. Todavia, surgiram conflitos entre o partido helenista e os judeus ortodoxo. Antíoco IV (Epifânio) aliou-se ao partido helenista e indicou para o sacerdócio um homem que mudara seu nome de Josué para Jasom e que estimulava o culto a Hércules de Tiro. Jasom, todavia, foi substituído depois de dois anos por um rebelde chamado Menaém (cujo nome grego era Menelau).

Quando partidários de Jasom entraram em luta com os de Menelau, Antíoco marcha contra Jerusalém, saqueou o templo e matou muitos judeus (170 AC). As liberdades civis e religiosas foram suspensas, os sacrifícios diários forma proibidos e um altar a Júpiter foi erigido sobre o altar do holocausto. Cópias das Escrituras foram queimadas e os judeus foram forçados a comer carne de porco, o que era proibido pela Lei. Uma porca foi oferecida sobre ao altar do holocausto para ofender ainda mais a consciência religiosa dos judeus.

Os Macabeus

Não demorou muito para que os judeus oprimidos encontrassem um líder para sua causa. Quando os emissários de Antíoco chegaram à vila de Modina, cerca de 24 quilômetros a oeste de Jerusalém, esperavam que o velho sacerdote, Matatias, desse bom exemplo perante o seu povo, oferecendo um sacrifício pagão. Ele, porém, além de recusar-se a fazê-lo, matou um judeu apóstata junto ao altar e o oficial sírio que presidia a cerimonia. Matatias fugiu para a região montanhosa da Judéia e, com a ajuda de seus filhos, empreendeu uma luta de guerrilhas contra os sírios. Embora os velhos sacerdotes não tenham vivido para ver seu povo liberto do jugo sírio, deixou a seus filhos o término da tarefa. Judas, cognominado “o Macabeu”, assumiu a liderança depois da morte do pai. Por volta de 164 AC Judas havia reconquistado Jerusalém, purificado o templo e reinstituído os sacrifícios diários. Pouco depois das vitórias de Judas, Antíoco morreu na Pérsia. Entretanto, as lutas entre os Macabeus e os reis selêucidas continuaram por quase vinte anos.


Aristóbulo I foi o primeiro dos governantes Macabeus a assumir o título de “Rei dos Judeus”. Depois de um breve reinado, foi substituído pelo tirânico Alexandre Janeu, que, por sua vez, deixou o reino para sua mãe, Alexandra. O reinado de Alexandra foi relativamente pacífico. Com a sua morte, um filho mais novo, Aristóbulo II, desapossou seu irmão mais velho.

A essa altura, Antípater, governador da Iduméia, assumiu o partido de Hircano, e surgiu a ameaça de guerra civil. Conseqüentemente, Roma entrou em cena e Pompeu marchou sobre a Judéia com as suas legiões, buscando um acerto entre as partes e o melhor interesse de Roma. Aristóbulo II tentou defender Jerusalém do ataque de Pompeu, mas os romanos tomaram a cidade e penetraram até o Santo dos Santos. Pompeu, todavia, não tocou nos tesouros do templo.

Roma


Marco Antônio apoiou a causa de Hircano. Depois do assassinato de Júlio Cesar e da morte de Antípater (pai de Herodes), que por vinte anos fora o verdadeiro governante da Judéia, Antígono, o segundo filho de Aristóbulo, tentou apossar-se do trono. Por algum tempo chegou a reina em Jerusalém, mas Herodes, filho de Antípater, regressou de Roma e tornou-se rei dos judeus com apoio de Roma. Seu casamento com Mariamne, neta de Hircano, ofereceu um elo com os governantes Macabeus.

Herodes foi um dos mais cruéis governantes de todos os tempos. Assassinou o venerável Hircano (31 AC) e mandou matar sua própria esposa Mariamne e seus dois filhos. No seu leito de morte, ordenou a execução de Antípater, seu filho com outra esposa. Nas Escrituras, Herodes é conhecido como o rei que ordenou a morte dos meninos em Belém por temer o Rival que nascera para ser Rei dos Judeus.

Grupos Religiosos dos Judeus


Quando, seguindo-se à conquista de Alexandre, o helenismo mudou a mentalidade do Oriente Médio, alguns judeus se apegaram ainda mais tenazmente do que antes à fé de seus pais, ao passo que outros se dispuseram a adaptar seu pensamento às novas idéias que emanavam da Grécia. Por fim, o choque entre o helenismo e o judaísmo deu origem a diversas seitas judaicas.

Os Fariseus

Os fariseus eram os descendentes espirituais dos judeus piedosos que haviam lutado contra os helenistas no tempo dos Macabeus. O nome fariseu, “separatista”, foi provavelmente dado a eles por seus inimigos, para indicar que eram não-conformistas.

Pode, todavia, ter sido usado com escárnio porque sua severidade os separava de seus compatriotas judeus, tanto quanto de seus vizinhos pagãos.

A lealdade à verdade às vezes produz orgulho e ate mesmo hipocrisia, e foram essas perversões do antigo ideal farisaico que Jesus denunciou. Paulo se considerava um membro deste grupo ortodoxo do judaísmo de sua época. (Fp 3.5).



Saduceus

O partido dos saduceus, provavelmente denominado assim por causa de Zadoque, o sumo sacerdote escolhido por Salomão (1Rs 2.35), negava autoridade à tradição e olhava com suspeita para qualquer revelação posterior à Lei de Moisés.

Eles negavam a doutrina da ressurreição, e não criam na existência de anjos ou espíritos (At 23.3). Eram, em sua maioria, gente de posses e posição, e cooperavam de bom grado com os helenistas da época. Ao tempo do N.T. controlavam o sacerdócio e o ritual do templo. A sinagoga, por outro lado, era a cidadela dos fariseus.

Essênios

O essenismo foi uma reação ascética ao externalismo dos fariseus e ao mudanismo dos saudceus. Os essênios se retiravam da sociedade e viviam em ascetismo e celibato. Davam atenção à leitura e estudo das Escrsturas, à oração e às lavagens cerimoniais. Suas posses eram comuns e eram conhecidos por sua laboriosidade e piedade. Tanto a guerra quanto a escravidão eram contrárias aos seus princípios.

O mosteiro em Qumran, próximo às cavernas em que os Manuscritos do Mar Morto foram encontrados, é considerado por muitos estudiosos como um centro essênio de estudo no deserto da Judéia. Os rolos indicam que os membros da comunidade haviam abandonado as influências corruptas das cidades judaicas para prepararem, no deserto, “o caminho do Senhor”. Tinham fé no Messias que viria e consideravam-se o verdadeiro Israel para quem Ele viria.

Escribas

Os escribas não eram, estritamente falando, uma seita, mas sim, membros de uma profissão.

Era, em primeiro lugar, copista da Lei. Vieram a ser considerados autoridades quanto às Escrituras, e por isso exerciam uma função de ensino. Sua linha de pensamento era semelhante à dos fariseus, com os quais aparecem freqüentemente associados no (N.T).



Herodianos

Os herodianos criam que os melhores dos interessem do judaísmo estavam na cooperação com os romanos. Seu nome foi tirado de Herodes, o Grande, que procurou romanizar a Palestina em sua época. Os herodianos eram mais um partido político que uma seita religiosa.

A opressão política romana, simbolizada por Herodes, e as reações religiosas expressas nas reações sectárias dentro do judaísmo pré-cristão forneceram o referencial histórico no qual Jesus veio ao mundo. Frustrações e conflitos prepararam Israel para o advento do Messias de Deus, que veio na “plenitude do tempo”. (Gl 4.4)

Comentários: Teologia Sistemática Charles C. Finney
Anotações Bíblicas: A Bíblia Anotada e Comentada

O TABERNÁCULO NO DESERTO


O TABERNÁCULO
NO DESERTO

FOTOGRAFIA DETALHADA
DE
 JESUS CRISTO

Adaptação
Pr. João Lopes Amaral

O TABERNÁCULO NO DESERTO

         O Tabernáculo no deserto é segundo alguns, a mais singular construção que já existiu na face da terra. Mais de um terço do livro de Êxodo (do capítulo 25 a 40) está dedicado a construção do Tabernáculo.

         Mais de cinqüenta capítulos da bíblia são dedicados ao assunto tanto no AT como no NT, sejam por inteiros ou em partes descrevem esta pequena tenda. E era uma pequena tenda se comparada às tendas em que alguns israelitas viviam ao redor dela.
         O Tabernáculo no deserto constituiu o centro de toda vida pessoal, social, política e religiosa do povo de Deus. Durante sua peregrinação em direção a Terra Prometida.
Para entendermos a singularidade desta construção precisamos voltar no tempo até a criação, quando Deus criou Adão e Eva. Deus habitava com sua criação, ele viria a cada dia e habitaria com eles, mas o pecado entrou em cena e separou o homem da presença de Deus. Por várias vezes, através das gerações seguintes, Deus tentou restabelecer essa comunicação, para que o homem  pudesse habitar em Sua presença, mas o pecado sempre manteve sua criação preciosa separada de Deus.

As cores e as figuras sempre têm na Bíblia um significado específico.
Sempre que fala em:                     Sr refere a:
- Bronze ou Cruz                         - Juízo
- Branco                                    - santidade
- Prata                                      - Redenção
- Azul ou Violeta                         - Céus
- Vermelho ou Carmesim               - sangue
- Púrpura                                   - Realeza
- Madeira ou Linho Fino                - Humanidade
- Ouro                                      - Divindade
- Nuvem                                    - Presença de Deus
- Fogo                                      - Poder de Deus
- Perdão                                    - Passado
- Limpeza                                  - Presente
- Justificação                             - Futuro
- Número 10                               - Totalidade
- Número 6                                - Homem
- Número 7                                - Perfeição => Deus

         Quando Deus enviou Moises para libertar o seu povo do Egito, também deu a eles duas coisas importantes:
· Um sistema de leis
· As instruções para a construção de um Tabernáculo e de um sacerdócio que faria a mediação entre eles e Deus.

         Embora Deus não possa ser contido, “Ele habitava ali no Tabernáculo”, no lugar santíssimo se fazia presente, mas o que realmente Deus queria falar ao seu povo através daquela tenda?
Deus prometeu que um dia a semente da mulher esmagaria a cabeça da serpente. E durante a aliança Abraâmica, Deus continuou a prometer o envio de um salvador, o Messias.
         E era isso que o Tabernáculo prefigurava através da singularidade daquela tenda. O Senhor comunicou ao seu povo um lembrete diário, uma sombra das coisas vindouras. A vinda e o ministério do Messias.
Em Hebreus 8.5 diz: “os quais servem àquilo que é figura e sombra das coisas celestiais, como Moisés foi divinamente avisado, quando estava para construir o Tabernáculo; porque lhe foi dito: Olha, faze conforme o modelo que no monte se te mostrou.”
         Vemos que a velha aliança nos dá a sombra, mas a nova aliança é a substância, ela é o cumprimento.
Por isso João, ao escrever seu evangelho lembrou-se do Tabernáculo no deserto, e como por cima dele pairava a nuvem de Gloria e a coluna de fogo ou seja a presença de Deus e o poder de Deus.
         O Tabernáculo é uma tipologia, isto quer dizer que tudo nele, sua estrutura, suas matérias, seus móveis e as especificações são uma “fotografia” do Messias.
Assim Deus consolidou a sua aliança com seu povo. Habitando com eles e no meio deles. Paul Hoff comenta em seu livro o Pentateuco: “Necessitava da presença de seu Deus com eles o que ocorreu por meio do Tabernáculo. Isso separava Israel dos demais povos, e isso separa a igreja dos demais povos da terra, pois Deus está conosco na pessoa do seu Espírito”.
         No Tabernáculo também é revelado o sacerdócio e a vida do crente que está em Cristo Jesus. A igreja é o corpo de Cristo e Ele é (o cabeça), nós estamos em Cristo e Cristo em nós, onde a Gloria de Deus habita através do ministério do Santo Espírito de Deus.
         A palavra nos ensina que todas as coisas foram feitas por ele e para Ele. O Tabernáculo nos revela essa verdade, pois apresenta Deus como arquiteto e como o centro de toda a vida de seu povo. Como arquiteto, pois Moises apenas fez uma cópia do original da planta dada por Deus, e como Centro, pois tudo girava em torno do Tabernáculo. Assim também será no governo do messias em sua volta com os santos.

Podemos dividir os estudos sobre o Tabernáculo da seguinte forma:

1.    As ofertas para construção;
2.    A estrutura;
3.    Os utensílios;
4.    O sacerdócio.

As ofertas para construção do Tabernáculo

         Quando Israel saiu do Egito o povo saiu como vencedor e levou com ele todos os bens que lhe eram devidos. Possibilitando mesmo no deserto que pudessem ofertar ao Senhor.

“Moisés, porém, disse: Tu também nos tens de dar nas mãos sacrifícios e holocaustos, para que possamos oferecer sacrifícios ao Senhor nosso Deus. “E também o nosso gado há de ir conosco; nem uma unha ficará; porque dele havemos de tomar para servir ao Senhor nosso Deus; porque não sabemos com que havemos de servir ao Senhor, até que cheguemos lá.” [Ex 8. 25,26]

            Quando Deus ordenou que Moisés pedisse ao povo a oferta para construção do Tabernáculo, todos se mobilizaram e ofertou tudo o que era necessário. Dar (ofertar) com alegria a Deus é o primeiro principio que encontramos no Tabernáculo, pois é prova de amor ao Senhor e ao próximo. Um ato voluntário de amor, sem peso, mas com grande alegria, por que amamos ao Senhor, e por que queremos o bem do nosso próximo. A palavra nos diz que se não amamos o que vemos o que dirá o que não vemos. Por isso como diz o profeta Isaías: “proclame o jejum aceitável ao Senhor”. E o Apóstolo Paulo nos exorta que Deus ama ao que dá com alegria. É uma obra da graça, uma ação do Espírito de Deus em nós.
            Cada item pedido por Deus tem um significado, um fim específico. O nosso Deus é um Deus de propósitos. E através de cada item requerido o Senhor ensinaria, figuradamente a grandeza de seu relacionamento com o seu povo.
           
As ofertas eram compostas de:

1. Ouro – que representa a Glória de Deus.
2. Prata – que representa o preço pelo resgate, o sangue do cordeiro, no AT a prata tinha um significado muito especial, não apenas para o comércio em geral, mas também para atos religiosos. Por exemplo todo primogênito do povo pertencia ao Senhor e a família deveria pagar o preço pelo resgate em prata. Cada sacrifício em resgate por uma ofensa tinha seu valor pago em prata.Lv5:15 Os votos ao Senhor tinham de ser resgatados com prata. Lv27:1-8 e assim por diante.
3. O bronze – Deus usou o bronze, talvez o cobre para falar sobre o juízo divino contra o pecado.
4. A madeira - que representa de forma geral a vida.
5. Pedras preciosas – foram usadas nas estolas sacerdotais e representaram às doze tribos de Israel são elas: rubi; topázio; granada; esmeralda; safira; diamante; turquesa; ágata; ametista; berilo; ônix e jaspe. E cada uma delas foi colocada em engaste de ouro, e também nos ombros.
6. Os tecidos – Da mesma forma Deus mandou que trouxessem vários tipos de tecido. Cheios de significados especiais. As cores apresentam o Senhor e os evangelhos:
         (a) Púrpura – cor da realeza. Apresenta Jesus como Rei, assim como no evangelho de Mateus.
         (b) Carmesim – lembra-nos do sangue, do sacrifício do servo do Senhor que viria e daria a vida por muitos. É como no evangelho de marcos. O servo do Senhor.
         (c) Linho branco – fala-nos da pureza, da santidade de uma vida sem pecado, perfeita. E como no evangelho de Lucas. Jesus o homem perfeito.
         (d) Estofo azul – o azul é a cor do céu nos lembra de Jesus como o Filho de Deus que habitou entre nós, que “tabernaculou”, se fez carne. O Emanuel Deus conosco. É apresentado assim no evangelho de João.

A capacitação dos Construtores

              Homens foram escolhidos e cheios do Espírito Santo, de sabedoria e capacitação para a construção do Tabernáculo. Faz-nos lembrar de Jesus como mestre, Ele chama e capacita os escolhidos, discípula, delega e traz a multiplicação. Este é um dos princípios do Reino de Deus.

“Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou, e semeou no seu campo; o qual é realmente a menor de todas as sementes; mas, depois de ter crescido, é a maior das hortaliças, e faz-se árvore, de sorte que vêm as aves do céu, e se aninham nos seus ramos.” 
[Mt 13. 31-32]

         O Tabernáculo foi construído de dentro para fora, assim o Senhor Jesus faz a sua obra no convertido, Ele transforma de dentro para fora.
Agora vamos analisar o simbolismo do Tabernáculo propriamente dito.  O Tabernáculo representa a presença de Deus, o Senhor Jesus.

A ESTRUTURA DO TABERNÁCULO

O ÁTRIO


         Olhando de longe, vemos apenas um cercado de cortinas de linho suspenso entre firmes colunas de bronze, presas por ganchos e hastes de prata. Mesmo de longe se avistava o teto da tenda, que do lado de dentro era coberta de peles. Os postes que separavam o muro têm todo o simbolismo do ministério de Jesus.
         O poste de acácia significa o homem incorruptível, pois a Acácia é a única madeira que não apodrece. Sinal de incorruptibilidade.
         Em cima, a cobertura de prata que significa o preço pago pelo nosso resgate. Jesus o nosso redentor. Esta parte estava ligada por uma corda feita de pele de cabrito, simbolizando o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, a uma estaca de bronze que ficava fincada no chão com a metade para fora, simbolizando que o cordeiro morreu e ressuscitou. Para os hebreus, seis é o número do homem e dez é o número da responsabilidade. Eram sessenta postes, isto significa que Jesus se fez homem e assumiu as nossas responsabilidades e as cumpriu para com Deus. A base de bronze nos lembra do dia do juízo, onde serão todos julgados. Que maravilha! Já do lado de fora do Tabernáculo, temos todo o plano de salvação já exposto.

A PORTA

         A porta do Tabernáculo era conhecida como o caminho, e não havia outra porta. Este era o único meio que homens e mulheres poderiam ter acesso ao átrio. Qualquer israelita que se aproximava do Tabernáculo, fosse o sacerdote para ministrar ou um israelita em busca do perdão trazendo o sacrifício, sabia que não havia nenhuma outra maneira de alcançar o altar de bronze a não ser pela porta.
“Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens.” [Jo 10. 9]
Jesus é a única porta, o caminho que nos leva a Deus. Todo outro caminho leva a perdição eterna, Jesus é o único caminho.
“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim”. [Jo 14. 6]

         A porta estava do lado oriental por onde nasce o sol, representando Jesus a estrela da manhã, e ao entrar em Jerusalém, Ele entrou pela porta oriental e é por ela que o Senhor entrará novamente em Glória. A porta está aberta para todos.
As quatro colunas e as quatro cores da porta representam os quatro evangelhos e os quatro evangelistas.

O ALTAR DO HOLOCAUSTO


         A primeira coisa que era vista após passar pela porta era o altar de holocaustos. Era feito de madeira de acácia e coberto de bronze. Media 1,35m de altura e 2,25m de largura. E era nesse altar que se faziam as ofertas de sacrifício ou ofertas queimadas.
A madeira de Acácia é muito resistente e de alta qualidade, representando o melhor da humanidade, que é Cristo.

         O bronze na Bíblia fala do julgamento de Deus, particularmente Seu julgamento sobre nossas palavras e pensamentos de rebeldia contra Ele, como em (Nn 16. 29-40 e Jd 11). Visto que a madeira é recoberta com bronze, o Altar de Holocausto nos faz lembrar do homem sob o julgamento de Deus, em virtude de nossas rebeliões contra Ele. Sendo que a madeira é de acácia, isto fala de Jesus sofrendo julgamento de Deus na cruz, em nosso lugar.

         No Altar de Holocausto o sacerdote sacrificava varias ofertas para Deus. Algumas ofertas eram pelos seus próprios pecados e outras pelos pecados do povo. O alvo do holocausto era que, por ele, a pessoa poderia se tornar aceita diante de Deus e perdoada (Levítico 1. 4).

         Para o holocausto, um animal macho era sacrificado: um carneiro, um bode, um boi ou uma rola (ou um pombinho) (Levítico 1. 13-17). A oferta deveria ser sem mancha ou defeito, a mais saudável e a melhor disponível. Isto representa o Senhor Jesus, que foi examinado por Poncio Pilatos, o qual declarou: "Não acho nele crime algum" (João 18. 38). O sangue da oferta era derramado ao redor da base do altar, prenunciando o Senhor Jesus, cujo precioso sangue foi derramado quando, na cruz, o lado Dele foi traspassado pela lança de um soldado Romano (João 19. 34; e 1 Pedro 1. 19).

A BACIA (OU LAVATÓRIO) DE BRONZE


         Ficava entre o altar e o santuário. Em êxodo 38.8, lemos que a bacia foi feita dos espelhos das mulheres. Elas haviam dado os seus espelhos para a obra de Deus. A Bíblia não nos fala do seu tamanho ou de suas dimensões. Após entrar pela Porta do Pátio Externo, os sacerdotes tinham que lavar as mãos e pés nesta Pia, antes de entrar no Santuário, ou mesmo oferecer qualquer oferta ao Senhor no Altar de Holocausto.

O Novo Testamento fala do "lavar" em dois sentidos:

1. O Batismo (Atos 22. 16), que deve ser ministrado apenas uma vez (quando Bíblico), e, logo após a conversão. (Atos 16. 31-33)
2. O lavar da água pela Palavra (Efésios 5. 26; João 13. 8-10; 15. 18), de acordo com o padrão de (Êxodo 29. 39) pelo menos duas vezes ao dia (de manhã e de tarde).

         Depois de crer no Senhor Jesus e ter experimentado de que Ele é a Porta através da qual nós entramos no Reino de Deus, nós devemos ir a Ele diariamente de forma simples e sincera. Nós necessitamos ler a Palavra de Deus pela Bíblia para que possamos viver por Ele (Mateus 4. 4) e confessar nossos pecados para Deus, pois Ele é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar (I João 1. 7-9). Quando Deus perdoa, Ele esquece (Hebreus 8. 12). Esta é a experiência combinada da Pia e do Altar de Holocausto. É importante ler a Bíblia, por que a Palavra de Deus "lava" nossas "mãos" e "pés", especialmente da sujeira do mundo que nos rodeia. Ela nos dá a visão de Deus da nossa conduta diante do mundo e dos pensamentos das nossas mentes e corações (Gênesis 6. 5). Quando (Efésios 5. 26) fala da lavagem da água, pela Palavra, a palavra no Grego para lavagem é "Pia". Enquanto nós lemos Sua Palavra, o Senhor ilumina nossos corações e fala conosco, principalmente em nossa consciência. De acordo com o que Deus nos mostra, nós precisaremos confessar e pedir o perdão e purificação dele. Somente assim estaremos qualificados para aproximar ao Santuário. O efeito da lavagem (Pia) na Palavra é limpar: "Com que purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a Tua palavra". [Salmo 119. 9]
A leitura resulta em nós na transformação da imagem de Cristo.

O SANTO LUGAR



A COBERTURA

         O Tabernáculo tinha uma cobertura especial. Na verdade eram quatro coberturas.
                   1ª COBERTURA – Pele de animais marinhos. [Ex 35. 23]
Muito usada no Egito, esse material era capaz de manter a tenda com uma temperatura agradável e constante. Também tinha uma tonalidade parecida com a do deserto, servindo como uma espécie de camuflagem. Ela nos leva a pensar em Jesus que embora fosse Deus, cheio de glória e esplendor, veio ao mundo em humildade, sem ostentação. Era a cobertura externa.

          2ª COBERTURA – Pele de carneiro, tingida de vermelho. (Ex 25. 5)
Abaixo da cobertura externa, havia a cobertura de pele de carneiro tingida de vermelho. Estava ali para simbolizar que para entrar no Tabernáculo (presença de Deus) era preciso haver derramamento de sangue.
O pecado nos afasta de Deus. O único meio de nos livrarmos do pecado é a morte. Jesus derramou seu sangue na cruz em nosso favor, para nos livrar da morte.
            
         3ª COBERTURA – Pele de cabra, branca. [Ex 36. 14-18]
Branco lembra pureza, santidade. Era composta por duas partes. A parte menor cobria o lugar santíssimo e a maior o lugar santo. As duas partes eram unidas por 50 prendedores de bronze.
Este simbolismo fala da morte e ressurreição de Jesus. Quando nos identificamos com Ele renascemos em nova vida, através da morte para o pecado, purificados do pecado e aceitáveis à presença de Deus.

          4ª COBERTURA - Tecido de quatro cores intercaladas e querubins bordados.
A cobertura bordada com Querubins era a cobertura do interior do Santuário. Era esta cobertura que formava o verdadeiro Tabernáculo no sentido específico de
(Êxodo 26.1). A cobertura bordada com Querubins também formava o teto do Tabernáculo, olhando do interior do Santuário. Desde que a maior parte da bordadura ficava suspensa sobre as paredes externas das tábuas, o que era visível de dentro era apenas uma pequena parte delas. Para começar tinham 10 cortinas individuais medindo aproximadamente 13 metros por 2 metros. Cinco cortinas foram enlaçadas uma a outra. Outras cinco cortinas também foram enlaçadas uma à outra. Então as 2 x 5 cortinas eram presas umas as outras com cinqüenta colchetes de ouro formando assim uma enorme bordadura de 13 metros de largura e quase 19 metros de comprimento. O livro de Êxodo não nos mostra o padrão preciso da bordadura, mas nos é dito que as cores eram: azul, púrpura, carmesim, e branca (a cor do linho retorcido) com motivos de Querubins. (Êxodo 26. 1)

         Estas cores não são novas para nós. Nós as temos visto na Porta do Pátio Externo e novamente na Porta do Santuário; elas também aparecem no Véu, a "porta" de entrada do Santo dos Santos. Elas falam da salvação, da ministração e da mediação de Cristo. E a Sua santidade demonstrada nos quatro evangelhos.

AS TÁBUAS

         Sendo o Tabernáculo um templo desmontável, suas paredes eram de tábuas. Cada tábua media aproximadamente 4,50m por 70 cm, e todas foram revestidas de ouro. Ficavam 20 tábuas de cada lado e oito delas ao fundo.
         A madeira nos lembra da vida humana e o ouro, a glória de Deus. É preciso que o velho homem seja transformado e revestido de uma nova natureza – a natureza divina.

         Cada tábua era sustentada por duas bases de prata de igual tamanho e peso. A prata representa resgate, e o preço do nosso resgate foi o sangue de Jesus. Só permaneceremos em pé, firmes se as nossas vidas estiverem firmadas em Jesus.

         Cada tábua também tinha fixada em si, quatro argolas de ouro. Duas em cima e duas em baixo, para que se passassem quatro varões folheados a ouro que serviria para unir uma vara à outra. Isso nos leva a pensar na igreja. Cada membro apoiando o outro nos momentos de crise. Essas varas simbolizam comunhão e mutualidade.

         Havia ainda uma 5ª vara, interna que unia todas as tábuas. Esta vara passava por dentro das tábuas, de maneira que nem por dentro, nem por fora ela podia ser vista. Unia uma tábua à outra como se fosse uma parede, assim como o Espírito Santo na vida daqueles que pertencem ao Senhor. O Espírito Santo nos torna um só corpo.

A MESA COM OS PÃES



         Ao entrar no lugar santo a primeira mobília pelo qual o sacerdote iria passar era a mesa com os pães. A Mesa dos Pães era colocada do lado direito da porta de entrada do Lugar Santo, defronte do castiçal, no lado norte, bem próxima a madeira revestida de ouro, que era uma das laterais do Santuário. Ela não era muito grande, aproximadamente 88cm de comprimento, 44 cm de largura e 66cm de altura. Ela foi feita de madeira de acácia recoberta de ouro, similar às tábuas que formam as paredes do Santuário, que fala das duas naturezas de Cristo, ou seja, Ele nasceu de Maria, como genuíno ser humano, mas foi concebido pelo Espírito Santo, sendo chamado Filho de Deus (Lucas 1. 35).

         Verdadeiramente homem, revestido de Deus. Em seu contorno havia um beiral de ouro puro, que servia como enfeite. Nesse beiral foram fixadas quatro argolas de ouro, por onde passavam cabos confeccionados com madeira de acácia e revestidos de ouro, quando a mesa tivesse que ser transportada.

         Sobre a mesa havia duas bandejas e dois pratos grandes, onde eram colocados os pães. Os doze pães simbolizavam as tribos de Israel, que se beneficiariam do resultado do ritual. Também simbolizavam fortalecimento para Israel, fortalecimento para a liderança e fortalecimento para o cristão. Ao lado de cada pilha de pães, havia uma taça com incenso puro, como oferta ao Senhor. Aos sábados os pães eram renovados (trocados) e o incenso era queimado como oferta ao Senhor.

         Os pães sem fermento nos lembram do Senhor Jesus dizendo: "Eu sou o pão da vida; aquele que vem a Mim não terá fome". [João 6. 35] Esta ilimitada fonte de alimento celestial, fresco a cada semana, é para ser a porção dos sacerdotes sob a luz do Castiçal (Colossenses 1. 12). Todo dia nós necessitamos vir a Ele (João 6. 37), ver o Filho e crer Nele (João 6. 40). Ele é o Pão vivo que desceu do céu para nos dar Sua vida, vida em nós (João 6. 51, 53). Esta vida é produzida em nós, primeiramente, pelo Espírito que dá vida (João 6. 63) e depois pela palavra de vida eterna (João 6. 68).

         O Pão é também chamado de o Pão da Presença. Para comer de Cristo como o Pão da Vida, nós (os sacerdotes) devemos estar na presença de Deus, que é Espírito
(João 4. 24). O Pão é para todos os sacerdotes, em comunhão uns com os outros na presença de Deus.

O CANDELABRO

         O candelabro era uma peça única, feito de ouro puro e batido. Ele era colocado do lado esquerdo do Lugar Santo, o lado sul. O Livro de Êxodo não fala de suas dimensões ou de seu formato, mas nós sabemos que ele tinha hastes, e cálices em formato de amêndoas em flor. O candelabro, então, era parecido com uma árvore de ouro. O candelabro estava permanentemente aceso, para iluminar o Lugar Santo. "Ali estava à luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo". [João 1. 9]

         O castiçal era necessário, porque os sacerdotes de Deus tinham necessidade de luz. E nós a temos em Cristo. Só Jesus é a “luz do mundo” e só quem O segue “terá a luz da vida”. A figura do candelabro aponta para a pessoa de Jesus. Então, o candelabro aponta-nos para Jesus Cristo, a luz de todo mundo.

         Os sacerdotes eram responsáveis, pela manhã e a tarde, de manter as sete lâmpadas cheias de óleo e com os pavios aparados. Jesus disse: "Eu sou a Luz do mundo; quem Me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida" (João 8. 12).

O ÓLEO DA UNÇÃO

         No antigo testamento o óleo representava a presença de Deus. A unção era um sinal da presença de Deus sobre os objetos e sobre o sacerdote. Por isso todos aqueles que iriam trabalhar no ofício de sacerdotes e todos os objetos do serviço ao Senhor eram ungidos com um óleo especial que era feito de óleo de oliveira puríssimo e especiarias aromáticas muito finas. O óleo simboliza o Espírito Santo de Deus. Vários autores do novo testamento verão no óleo o Espírito da verdade que capacita os filhos de Deus a entender os ensinamentos de Jesus e os prepara para fazer toda a obra.

O ALTAR DO INCENSO


         O Altar de Incenso era feito de madeira de acácia recoberto com ouro. Ele estava localizado em frente ao Véu, a cortina que separava o Lugar Santo do Santo dos Santos, isto porque o ministério da intercessão estava diretamente ligado à pessoa de Deus. Ele era quadrado: com aproximadamente 45 cm de largura, 45 cm de comprimento e, 90 cm de altura.
        
         O sacerdote tinha que queimar incenso neste altar pela manhã e a tarde
(Êxodo 30. 7-8), como incenso perpétuo perante o Senhor. Ali era o local das intercessões pelo povo de Deus, tendo na fumaça aromática do incenso um símbolo das orações feitas ao senhor. Somente o sacerdote tinha permissão de queimar incenso ao senhor, e não podia ser qualquer incenso.

         O incenso era feito de uma fórmula dada por Deus a Moisés e Arão, de maneira que seu uso era exclusivo para o serviço de Deus.
Seus ingredientes eram estoraque, onicha, galbano, incenso puro e sal puro.
Nas quatro pontas do altar havia quatro elevações, chifres, que simbolizam na Bíblia poder. Se no altar do holocausto os chifres enfatizam o “poder do sangue”, no altar do incenso os chifres proclamam o “poder da oração”.

         O ministério de Jesus não se resumiu apenas em curar e ensinar as pessoas, mas foi também um serviço a Deus Pai, através do Seu modo de viver e da Sua vida de oração. (Marcos 1. 32-35) Antes de escolher Seus doze discípulos, Jesus passou a noite inteira em "...oração a Deus." (Lucas 6. 12) Sua admoestação "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação;..." e Sua observação, com respeito à oração, "...Na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca." (Mateus 26. 41) Vem de Alguém que claramente está qualificado para fazer tais observações. (Hebreus 2. 14,18)

         Aqui no Lugar Santo, tudo simboliza vida, alimento, luz e incenso aromático. Portanto, no Pátio Externo "Vemos ... aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte", mas na Mesa dos Pães (e no Altar de Incenso) no Lugar Santo, nós vemos Jesus "coroado de glória e de honra". [Hebreus 2. 9]

O VÉU

         O véu fechava o acesso ao santo dos santos, ou seja, fechava o acesso à presença de Deus. Somente o sumo sacerdote podia  uma vez ao ano, no dia da expiação, entrar no santo dos santos para levar o sangue do sacrifício pelos pecados do povo.
         Feito de linho fino torcido nas cores branco, azul, vermelho e roxo, era bordado com querubins. A cor branca, simbolizando a pureza e a perfeição de Jesus, o azul simbolizando sua origem celestial, o roxo, a realeza de Jesus que veio implantar seu reino e o vermelho revela a encarnação de Jesus e o plano de Deus para redimir o homem.
         O véu era pendurado com ganchos de ouro que por sua vez eram pendurados em quatro colunas de madeira de acácia revestidas de ouro, que simbolizavam a natureza da pessoa de Jesus, que era Deus e homem ao mesmo tempo. E deixou de lado seus direitos e poderes para morrer por nós e se tornar nosso exemplo. Cada coluna tinha uma base de prata e media aproximadamente 4,60m.
O véu era a barreira visível para o acesso à presença de Deus. Foi o sacrifício de Cristo na cruz que possibilitou que tivéssemos acesso à presença do Pai. Quando Cristo morreu na cruz o véu do Templo se rasgou.

Atenção: “o véu que separava o Lugar Santo do Santo dos Santos ficou rasgado ao meio. Este era um símbolo de que através da oferta sacrificial do Cordeiro de Deus o caminho ficou aberto para que cada pecador, arrependido e crendo no sacrifício de Cristo, entrasse na comunhão íntima com um Deus santo, sem a necessidade de mais ofertas pelo pecado. Foi um simbolismo apontando para o fato de que o templo e todo o sistema cerimonial antigo não eram mais necessários. A Velha Dispensação deu lugar à Nova Dispensação. Note ainda que o texto nos diz que o véu foi rasgado de cima para baixo. Isso nos mostra que a morte de Jesus foi iniciativa de Deus e não de qualquer homem. Ainda que Jesus condenado por Pilatos, e sofrido conspiração da liderança judaica ao seu tempo, Ele morreu porque Deus planejara (Jo 10. 17-18)”. Pedro confirma essa verdade em seu sermão em Jerusalém quando afirma que Jesus foi "entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus". [Atos 2. 23]

O SANTO DOS SANTOS OU SANTÍSSIMO LUGAR


A ARCA E O PROPICIATÓRIO

         A Arca da Aliança ficava no Santo dos Santos, na parte dos fundos do Tabernáculo. O acesso só era permitido uma vez por ano, no Dia da Expiação (Yom Kippur). Este acesso era restrito a uma pessoa, o sumo sacerdote.

         Ele deveria entrar no Santo dos Santos trazendo o sangue de um bode, oferecido em favor dele mesmo e dos pecados do povo de Israel. A Arca por si só era uma pequena caixa, feita de madeira de acácia e recoberta de ouro.

         Suas medidas aproximadas eram: 1,15 metros de comprimento, 0,7 metros de largura e 0,7 metros de altura. Ela era carregada por meio de duas barras longas, feitas de madeira de acácia e também recoberta de ouro.

         Ela simbolizava a direção de Deus na vida do povo, simbolizava o poder de Deus no meio do povo, e simbolizava a pureza e a santidade de Deus entre o povo. A Arca era o trono de Deus em Seu lugar de habitação no Tabernáculo.

         Em cima dela havia uma tampa de ouro, formada por uma única peça chamada propiciatório. Era aqui que o sangue do bode era aspergido pelo sumo sacerdote no dia da Expiação, para aplacar a justa ira de Deus (propiciação) contra os pecados do povo de Israel.

         Nas extremidades do propiciatório havia dois Querubins de ouro maciço, estendendo cada um, uma das asas sobre o propiciatório e olhando para dentro dele. Não nos é dito que Deus se fazia presente dentro da Arca, mas sobre a Arca e no meio dos Querubins. Ali Deus habitava "na luz inacessível" (I Timóteo 6. 16, Salmo 104. 2).


         Os dois Querubins no propiciatório representam a glória de Deus
(Hebreus 9. 5). Dentro da arca ficavam depositados três importantíssimos itens na história de Israel:


1. As duas tábuas da Lei;
2. A vara de Aarão que floresceu;
3. O pote de ouro com maná "escondido".

         Estes três itens juntos formavam o testemunho, por conseguinte a Arca é chamada a Arca do Testemunho.

1. AS TÁBUAS DA LEI

         Os dez mandamentos foram escritos nestas duas tábuas de pedra, pelo dedo de Deus, no monte Sinai. As tábuas de pedra também eram chamadas de tábuas do testemunho (Êxodo 31. 18), pois nos mostram os atributos de Deus como sendo: zeloso, cuidadoso, fiel e verdadeiro. Ele é santo e justo. Os dez mandamentos nas duas tábuas de pedras são a base da aliança de Deus com os filhos de Israel (Êxodo 19. 5-7). Eles estipulam quais são os justos requerimentos da lei.

         Em razão de os filhos de Israel não cumprirem a parte deles neste concerto (visto que eram impossível, Romanos 8. 3), Deus prometeu fazer uma nova aliança, "Não conforme a aliança que fiz com seus pais,...... porque eles invalidaram a minha aliança, apesar de eu os haver desposado, diz o SENHOR”. [Jeremias 31. 32]
"Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o SENHOR: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Esta é a Nova Aliança que Jesus confirmou com o Seu sangue. [Lucas 22. 20]

         O (Salmo 40. 7-8) é uma profecia sobre o Messias: "Então disse: Eis aqui venho; no rolo do livro de mim está escrito. Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração." Em cumprimento: "Mas, vindo à plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, Para remir os que estavam debaixo da lei,..." [Gálatas 4. 4, 5ª] Jesus cumpriu a lei de Deus, amando-O de todo Seu coração e ao seu próximo como a Ele mesmo. Isto fica bem claro nos quatro evangelhos. Deleitando-se em fazer a vontade de Deus (João 4. 34; 5. 30; 6. 38), Jesus tinha a lei de Deus (as dez "Palavras" de Deus) em seu coração, como a Arca da Aliança guardava as tábuas do testemunho. A Palavra de Deus se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e verdade (realidade no Grego) (João 1. 14). Através da morte de Cristo na cruz, como um sacrifício perfeito, nós somos perdoados dos pecados cometidos sob a lei e remidos da sua escravidão.

         Deus mesmo se responsabiliza por escrever sua lei em nossos corações e incuti-la em nosso entendimento, quando envia aos nossos corações o Espírito de seu Filho (Gálatas 4. 6, Hebreus 8. 10-12). Desde então, uma obra vivificadora ocorre em nosso homem interior, "Cristo, que é a nossa vida" (Colossenses 3. 4), "Cristo seja formado em vós" (Gálatas 4. 19), o que resultará no mínimo no mesmo testemunho de Deus quanto os dez mandamentos. A nação de Israel quebrou a velha aliança, e nós ainda fazemos o mesmo, tentando guardar a lei através de nossos próprios esforços. Na Nova Aliança, Deus se responsabiliza por escrever suas leis em nosso entendimento através de seu Espírito (Romanos 8. 4, Ezequiel 36. 25-28), visto que nós andemos em Espírito.

2. A VARA DE ARÃO QUE FLORESCEU

         A vara de Aarão que floresceu foi um sinal contínuo de que Deus o escolhera como sacerdote (Números 17. 5). Mas o sacerdócio de Aarão foi interrompido pela sua morte.  O Senhor Jesus Cristo, no entanto, tem um sacerdócio constituído segundo a virtude da vida incorruptível (Hebreus 7. 16). Ele pode salvar perfeitamente os que por ele se achegam a Deus. (Hebreus 7. 25) A vara de Arão simboliza então a ressurreição e a vida. Foi a vara de Arão que depois de morta veio a florescer.

3. O POTE DE OUTRO COM MANÁ “ESCONDIDO”

         Maná era o alimento que descia de Deus diariamente para sustento dos Israelitas no deserto durante os quarenta anos da jornada para Canaã. A maneira que ele era enviado exigia da nação de Israel o desenvolvimento de autodisciplina. O maná somente chegava de manha cedo com o orvalho (Êxodo 16. 13-14). Quando o sol surgiu, ele teria evaporado (Êxodo 16. 21). O maná tinha de ser colhida diariamente, qualquer sobra criava bichos e cheirava mal (Êxodo 16. 20), e eles deveriam colher uma porção dobrada no sexto dia, pois não seria enviado no sábado
(Êxodo 16. 22-27). Era chamado Maná, porque em Hebraico isto quer dizer: o que é isso? Parecia semente de coentro e seu sabor era como bolos de mel (Êxodo 16. 31).
        
         O Senhor ordenou a Moisés para que enchesse um ômer com Maná e o guardasse como memorial para as gerações futuras, para que vissem como Deus alimentou os Israelitas no deserto (Êxodo 16. 32-33). Este é o Pote de Ouro com Maná "escondido", que ficava no Tabernáculo (Apocalipse 2. 17).
Agora, é óbvio que se o Maná fosse guardado por mais de um dia, ou dois (se fosse no sábado), ele criaria bichos e cheiraria mal. Porque então guardá-lo como memorial para as futuras gerações?

         A chave da resposta é o Pote de Ouro. O Pote de Ouro iria durar para sempre. Ele era redondo, indicando a eternidade, e de ouro, indicando ser de Deus, divino. O Pote de Ouro indica vida eterna. Nossa vida necessita estar "escondida com Cristo em Deus" (Colossenses 3:3) e nós necessitamos conhecer "Cristo, que é a nossa vida", vida eterna (Colossenses 3. 4). O Maná escondido foi um memorial de como Deus sustentou Seu povo em uma situação impossível.

         Cristo é real, e disponível para todas as pessoas em qualquer idade ou em qualquer circunstância. A questão é: O quanto Ele significa para nós? O que fazemos enquanto desfrutamos de tempo e energia para servi-lo? Também quando nós passamos por apertos e Ele nos socorre, experimentamos seu suprimento de vida nestas ocasiões, é bom termos um memorial para as futuras situações. A oração de Jesus: "E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste". [João 17. 3]

O SUMO SACERDOTE

         O sumo sacerdote era responsável pelo Tabernáculo, suas ofertas e funções diárias, e também suas Festas regulares, três vezes por ano: a Páscoa, o Pentecostes e o Yom Kippur, o Dia da Expiação (a qual era seguida pela semana de júbilo na Festa dos Tabernáculos), como podem ser vistos em Levítico capítulo 23.

         No Dia da expiação, era a responsabilidade particular do sumo sacerdote levar o sangue do bode sacrificado ao Santo dos Santos, em memória de todo o povo de Deus, para perdão de seus pecados.

         Esta maravilhosa responsabilidade requeria uma pessoa santificada (Êxodo 29), o sumo sacerdote, vestido em seus "trajes santos". A parte superior da veste santa é parecido com um avental, e é chamado o Éfode. Por cima do Éfode, em forma quadrada, o peitoral, com doze pedras preciosas. Nos ombros havia mais duas pedras preciosas. A vestimenta azul era chamada de manto, embaixo do qual o sumo sacerdote usava uma túnica branca de linho fino, de obra tecida. Na sua cabeça está a mitra branca de linho fino. Ao redor da base da mitra está a lamina de ouro, gravada com os dizeres: "SANTIDADE AO SENHOR".

         Toda esta vestimenta e itens têm um maravilhoso significado. Uma vez que nós entendemos que eles nos falam a respeito do celestial Sumo Sacerdote, Jesus, nós seremos tomados de um profundo sentimento de gratidão em nosso espírito e um encorajamento para nos aproximarmos de Deus com verdadeiro coração em plena certeza de fé. (Hebreus 13. 15; 10. 22).

O ÉFODE (Êxodo 28. 5-14; 39. 2-7)

         O Éfode é uma vestimenta parecida com um avental vestida pelo sumo sacerdote. Ele era confeccionado em quatro cores: azul, púrpura, carmesim e o branco de linho fino retorcido. Estas são as mesmas cores que podem ser vistas na Porta do Pátio externo, na Porta do Santuário e no Véu; elas referem a Cristo quando Ele é revelado nos quatro evangelhos. Mas também há outra importante característica no Éfode: os fios de ouro (cortados de uma barra de ouro) eram entrelaçados com as outras cores (Êxodo 39. 3). Ouro não somente é precioso, como implica ser divino e celestial.

         Nas quatro cores nós vemos Jesus como Ele era no Seu ministério terrestre. Jesus viveu como homem na terra, um trabalhador, o carpinteiro de Nazaré (Marcos 6. 3); Ele também sabia o que é envolvido quando é preciso depender-nos de outros para o Seu sustento (Lucas 8. 3). Ele sabia o que significa estar cansado (João 4. 6), com fome (Mateus 4. 2; Marcos 6. 31), com sede (João 4. 7), pressionado (Marcos 1. 32-34; 2. 2; 5. 22-24), tentado (Lucas 4. 2; Hebreus 2. 18), enlutado (João 11. 35), orando em agonia (Lucas 22. 44; Hebreus 5. 7), desapontado pelos amigos na hora da necessidade (Lucas 22. 45-46), torturado (Mateus 27. 26), cuspido e ridicularizado (Mateus 27. 29: 31), Ele sabe o que é de morrer (Lucas 23. 46). Por Ele ter passado por todas estas experiências, e também muitas outras, as quatro cores nos falam de como Ele pode se compadecer de nós (Hebreus 4. 15).

         Também bordado no Éfode estavam os fios de ouro, um maravilhoso "tipo" do ministério celestial de Cristo como grande Sumo Sacerdote para os Seus. Ele ressuscitou da morte, Ele subiu aos céus e está assentado a destra de Deus
(1 Coríntios 15. 3-4; Hebreus 1. 3). Lá, como misericordioso e fiel Sumo Sacerdote, Jesus sempre vive e ora pelos Seus, para socorrê-los em suas dificuldades
(Hebreus 2. 17). Além disso, por Ele ter ressuscitado dos mortos e ascendido aos céus, Ele PODE fazer algo através Dele interceder por nós (Hebreus 7. 25): Ele nos ajuda (Hebreus 2. 16), demonstrando Sua misericórdia e ministrando a nós a Sua graça para ajudar-nos em tempo de necessidade (Hebreus 4. 16), especialmente quando somos tentados (Hebreus 2. 18).

AS PEDRAS NOS OMBROS (Êxodo 28. 9-12)

         Seis nomes estavam gravados em cada uma destas pedras, totalizando assim os nomes de todas as doze tribos de Israel. Toda a vez que o sumo sacerdote comparecia diante de Deus no Altar Dourado de Incenso, os nomes de todo o povo de Deus estavam em seus ombros.

         Jesus é o Bom Pastor (João 10. 11). Ele conhece Suas ovelhas (João 10. 14) e sai em busca de cada uma que está perdida no deserto (Lucas 15. 4). Individualmente, quando Ele encontra cada uma das ovelhas perdidas, o Bom Pastor as coloca em Seus ombros (Lucas 15. 5-7). As pedras nos ombros representam o pastoreamento coletivo de Cristo nos milhares de vidas. Ele leva todas diante de Deus, como hoje no céu Ele está intercedendo por nós (Romanos 8. 34; Hebreus 7. 25).

O PEITORAL (Êxodo 28. 15-30)

         O peitoral era de forma quadrada, e também bordado com fios de ouro. Fixados em ouro no peitoral estavam doze pedras preciosas, uma para cada uma das doze tribos de Israel. Cada uma tinha o nome da respectiva tribo gravado sobre ela. Isto mostra que o Bom Pastor conhece suas ovelhas tão bem, que Ele chama cada uma pelo seu próprio nome (João 10. 3). O sumo sacerdote carrega os nomes no Peitoral "sobre o Seu coração" quando ele entra diante do Senhor "como um memorial" (Êxodo 28. 29), prenunciando o amor eterno de Senhor Jesus por Suas ovelhas (João 13. 1).

         Tudo isso não é para aqueles que não crêem. Infelizmente, eles estão fora do Tabernáculo, não tendo ainda entrado pela Porta para o Pátio Externo. Seus nomes ainda não estão gravados no Seu coração. Eles são como o homem rico de
(Lucas 16. 19), cujo nome nem mesmo é citado; em contraste, o nome do pobre Lázaro é conhecido até mesmo por Abraão (Lucas 16. 25), a despeito de suas feridas e pobreza. Ambos tinham ouvido as palavras de advertência de Moisés e os profetas, mas o homem rico não creu e nem creria ainda que algum dos mortos ressuscitasse (Lucas 16. 29-31). "Eu não posso crer naquilo que eu não vejo" é o protesto comum daqueles que estão cercados de conforto. O problema é que, quando eles forem confrontados com a realidade, será tarde demais: estarão mortos. Assim, meu amigo, quando você ouvir a voz do Bom Pastor, quando Ele te chamar pelo teu nome, permita que Ele te conduza e você O siga (João 10. 3-4, 25-27).

         Os nomes conhecidos pelo sumo sacerdote estavam gravados em pedra. Isso não era um capricho passageiro, eles não podiam ser apagados: "E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão" [João 10. 28]. Na medida em que o sumo sacerdote ministrava no Lugar Santo, vestindo o peitoral com os nomes gravados nas pedras, ele passa diante do Castiçal e a luz brilha sobre os nomes (a Luz da Vida, João 8. 12), ele se aproxima da Mesa dos Pães e os nomes correspondem um ao outro em comunhão nutritivo (o Pão da Vida, João 6. 35), ele vem diante do Altar de Incenso carregando os nomes individualmente e coletivamente diante de Deus, orando para que nos possa ser concedida vida eterna, o que significa de conhecer o único Deus verdadeiro em Jesus Cristo, o Messias
(João 17. 3).

         Aqui no Lugar Santo, a ênfase é sobre a vida. Jesus o grande Sumo Sacerdote veio para que eles (os nomes) possam ter vida, até vida eterna, e a tenham em abundância (João 10. 10). O Sumo Sacerdote deveria ainda nos levar ao Santo dos Santos para uma vista e experiência mais completa da vida eterna. Para nós entrarmos e termos esta vida abundante e eterna, o Véu deve ser removido. Ele deve ser rompido de alto a baixo, por Deus (Mateus 27. 51). E então nós teremos acesso através Dele (o Véu) em um mesmo Espírito (tipificado pelo único e ungido sumo sacerdote e pelo Tabernáculo ungido, agora tendo um lugar único) ao Pai (Efésios 2. 18).

         Jesus nosso grande Sumo Sacerdote carrega os nomes de todos os Seus redimidos em Seus fortes ombros. Além disso, todos os nomes individuais são reunidos em grupos e separados apenas pela genealogia e localização da moradia (como as tribos de Israel). Os nomes em forma coletiva são permanentemente carregados (como cada pedra gravada no peitoral) em Seu terno coração. O Peitoral é, portanto uma figura da Igreja expressa (estrutura física), como igrejas locais (célula familiar), uma em cada lugar, no propósito de Deus.

         O Peitoral era de um dobrado duplo, formando assim um bolso. Dentro do bolso eram guardados o Urim e o Tumim. Urim significa "luzes" e Tumim "perfeições". Elas eram provavelmente duas jóias. Quando alguém tinha que tomar uma importante decisão, consultava o sumo sacerdote. Ele ficaria diante do Castiçal, segurando o Urim em uma das mãos e o Tumim na outra. Quando a luz era refletida do Urim e Tumim sobre as pedras do Peitoral, este feixe de luz produzia até 24 combinações (2 x 12). Desde que há 22 letras no alfabeto Hebraico, os feixes de luz poderiam produzir fileiras de letras. Quando Deus soprava através da Arca, o Véu se moveria, permitindo que um vento leve balançasse as chamas do Castiçal para momentaneamente alterar o angulo de direção da luz no Urim e no Tumim, e então no Peitoral. Então Deus podia se comunicar diretamente, mas não de forma audível, com o sumo sacerdote, lhe concedendo a resposta para a pergunta.

O MANTO (Êxodo 28. 31-35)

         O Manto era todo feito em azul. Ele tinha uma orla, a qual tinha sido ligada motivos em forma de romãs (de azul, púrpura e carmesim), com sinos de ouro no meio das romãs. Os sinos de ouro eram o anúncio de que o sumo sacerdote estava ministrando, um som maravilhoso, apoiado pelos frutos maravilhosos, as romãs. Este mesmo balanço de obras e palavras nós encontramos no Senhor Jesus (Lucas 24. 19).

A MITRA E A LÂMINA DE OURO (Êxodo 28. 36-39)

         A Mitra era feita de linho fino branco. Geralmente, o linho fino branco representa as obras de justiça (Apocalipse 19. 8). Aqui, a ênfase está em nossa mente, aquilo que é sobre o nosso processo de pensar, "levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo" [2 Coríntios 10. 5], tomando o "capacete da salvação" [Efésios 6. 17]. Nossa mente é o grande problema. Quando Zacarias teve a visão de Josué (Zacarias 3. 1-5), o Senhor começou a tratar o problema das vestes sujas (v 3) colocando uma Mitra limpa em sua cabeça (v 5). Vendo que as palavras Hebraicas para Josué (Yoshuah) e salvação (yeshuah) são tão parecidas, nós vemos aqui o quadro de tomar o capacete da salvação, para tratar com os nossos pensamentos sujos de injustiça.

         Atado a Mitra e sobre a testa do sumo sacerdote estava a Lâmina de Ouro, uma chapa de ouro gravada com os dizeres "SANTIDADE AO SENHOR". Este selo de Deus está legitimamente sobre a testa de nosso Senhor Jesus Cristo, nosso grande Sumo Sacerdote. Mas, para nós, a quem Ele já constituiu sacerdotes (Apocalipse 1. 5-6), há uma clara indicação de que nós não devemos ser apenas externamente revestidos de Cristo; Ele deve transformar-nos pela renovação de nosso entendimento para que experimentemos a vontade de Deus: nossa santificação. (Romanos 12. 2; I Tessalonicenses 4. 3). Quanto nós necessitamos sermos renovados no espírito de nosso entendimento, nos revestindo do novo homem criado em justiça e verdadeira santidade. (Efésios 4. 23-24)

CONCLUSÃO

[Hebreus 3. 1] "Irmãos santos, participantes da vocação celestial, considerai o Sumo Sacerdote, Jesus".

[Hebreus 4. 14-16] "Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, o Filho de Deus, um Sumo Sacerdote que pode se compadecer de nossas fraquezas (sendo como nós, em tudo tentado, mas sem pecado), nos chegue, pois, com confiança ao trono da graça, a fim de sermos socorridos em tempo oportuno".